Viver para servir

Geralmente pensamos que somos nós que servimos a Deus. Mas não, foi Ele que nos serviu gratuitamente, porque nos amou primeiro. O Senhor nos serviu até ao ponto de experimentar as situações mais dolorosas para quem ama: a traição e o abandono

Hoje a Igreja celebra o Domingo de Ramos e assim começa a Semana Santa, momento central da fé cristã. Durante toda a semana, a Palavra de Deus nos mostra Jesus como servo: na Quinta-Feira Santa, é o servo que lava os pés dos discípulos; na Sexta-Feira Santa, é apresentado como o servo sofredor e vitorioso. Deus nos salvou, nos servindo.

Geralmente pensamos que somos nós que servimos a Deus. Mas não, foi Ele que nos serviu gratuitamente, porque nos amou primeiro. O Senhor nos serviu até ao ponto de experimentar as situações mais dolorosas para quem ama: a traição e o abandono.

Jesus sofreu a traição do discípulo que o vendeu e do discípulo que o renegou. Foi traído pela multidão que primeiro clamava “Hosana”, e depois “Crucifica-o”. Foi traído pela instituição religiosa que o condenou injustamente, e pela instituição política que lavou as mãos.

Pensemos nas traições que sofremos na vida. É muito ruim quando descobrimos que a confiança depositada foi burlada. Cresce uma decepção que a vida parece deixar de ter sentido. É assim porque nascemos para ser amados e para amar, e o mais doloroso é ser traído por quem nos prometeu ser leal. Não podemos sequer imaginar como foi doloroso para Deus, que é amor.

Segundo o Evangelho de hoje, na cruz, Jesus diz apenas uma frase: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” É uma frase impressionante. Jesus sofreu o abandono dos seus, que fugiram.

Quando nos sentimos encurralados, quando nos encontramos em um beco sem saída, quando parece que nem Deus responde, lembremo-nos que não estamos sozinhos. Jesus experimentou o abandono total, a fim de ser em tudo solidário conosco.

Então, nestes dias da Semana Santa, diante de Deus que nos serve até dar a vida, peçamos a graça de viver para servir. Não pensemos só naquilo que nos falta, pensemos principalmente no bem que podemos fazer.


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