A cada dia nos é oferecida uma nova oportunidade para enxergar o outro; não podemos esperar tudo daqueles que nos governam, fazemos parte de um espaço de corresponsabilidade capaz de gerar transformações
Cada vez mais, neste tempo tão difícil de pandemia que estamos vivendo, é necessário que reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana possamos fazer crescer a fraternidade. Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente, precisamos de uma comunidade que nos apoie e dentro da qual nos ajudemos mutuamente a seguir em frente.
A pandemia da covid-19 nos despertou para a consciência de que somos todos pertencentes a uma comunidade que viaja no mesmo barco, onde o mal de um prejudica a todos. O Papa Francisco em suas mensagens nos fez lembrar que ninguém se salva sozinho. “Por isso, a tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa descobertas as falsas seguranças com que construímos os nossos projetos. Com a tempestade, caiu a maquiagem dos estereótipos que mascaramos o nosso “eu” sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto esta abençoada pertença comum: a pertença como irmãos”.
É importante que todo esse sofrimento não seja inútil, mas que sirva para descobrirmos uma nova forma de viver. Percebemos, enfim, que precisamos uns dos outros para que a humanidade renasça com todos os rostos, todas as mãos e todas as vozes, livre dos distanciamentos que criamos.
A cada dia nos é oferecida uma nova oportunidade para enxergar o outro. Não podemos esperar tudo daqueles que nos governam, fazemos parte de um espaço de corresponsabilidade capaz de gerar novos processos e transformações.
Hoje temos a oportunidade de expressar o nosso ser irmãos, de ser outros bons samaritanos que tomam sobre si a dor dos fracassos em vez de fomentar ódios e ressentimentos. Alimentemos o que é bom, e nos coloquemos sempre a serviço do bem comum.